Shania Twain

terça-feira, janeiro 08, 2008

Entrevista à Revista Maclean's, 2002

Olá pessoal!

Hoje tenho um entrevista interessantíssima para mostrar a vocês.
Como todos sabem, Up! foi um lançamento ansiosamente aguardado. Anteriormente programado para o ano 2000 ou 2001, teve sua estréia adiada em função da gravidez de Shania. Outro acontecimento marcante no período de preparação do CD foi a mais que necessária busca por privacidade, iniciada e por Shania e Mutt e que encontrou seu fim na Suíça, país famoso por essa marcante característica.

É sobre estes e outros assuntos que Shania se dispôs a comentar quando lançou Up!, e em novembro de 2002 concedeu várias entrevistas a publicações do mundo inteiro, sendo uma delas a revista canadense Maclean's. Mostrarei nesta postagem minha tradução completa dessa entrevista. Como estou aproveitando estas férias para fazer algumas traduções, podem esperar outras entrevistas e artigos para este mês. Abro então essa “temporada” com a entrevista da Maclean's, e tenho certeza que gostarão tanto quanto eu.

Então, vamos lá:

Maclean's Magazine, 11 de novembro de 2002
Autor: Jonathon Gatehouse
Tradução: Paulo Twain

Ela gravou seu primeiro nome no estrelato vendendo mais de 50 milhões de discos no estilo de seus vibrantes sucessos do pop e imagens sensuais nada tímidas. Em 19 de novembro, SHANIA TWAIN lançou Up!, seu primeiro álbum inédito desde Come On Over, 1997. A cantora de 37 anos, nascida em Timmins, Ontário, que agora vive num chateau do século XIX próximo a Montreux, Suíça, com seu marido e colaborador criativo Robert “Mutt” Lange e o filho deles Eja, de 15 meses, encarou Jonathon Gatehouse.

Houve algo diferente na preparação dessa gravação, lançada cinco anos após a última?

É que só ficou pronta agora. Ela provavelmente poderia estar pronta há um ano se eu não tivesse tido um bebê. Isso atrasou um pouco as coisas. Foi só dois anos e meio desde que deixei os palcos. Então nesses dois anos e meio nós escrevemos e gravamos um álbum e tivemos um filho. No final das contas, não demorou tanto assim.

Por que você chamou o álbum de Up!?

Eu sempre tento influenciar as pessoas de maneira positiva. Quero que minha música levante tanto o astral dos ouvintes quanto o meu, porque eu tenho de ir lá, cantá-la e conviver com ela, dia após dia, meses afora. Com esse álbum, nós estávamos no meio da coisa toda quando aconteceu o 11 de setembro. Tínhamos escrito Up! e eu pensei “Uau, esse título é perfeito, nós realmente precisamos nos animar”. Mais que tudo, as pessoas precisam - eu não diria de uma diversão, mas de algo tranqüilizador e aliviante. Uma distração positiva de toda essa aflição que vivenciam todos.

Como foi o processo de composição e gravação? Você e Mutt gravaram em casa?

Nós arriscamos um pouco. Eu encontro certa dificuldade em me concentrar em casa. Estando no convívio doméstico eu fico mais preocupada com o que vou fazer pro jantar. Quando sentimos que precisamos de um surto de criatividade, nós pegamos o carro ou subimos no trem e viajamos pela Europa - um pouco de Paris, Milão, alguns lugares. Nós achamos que depois de ir a um museu e ter um bom jantar fica mais fácil pensar sobre o que iremos escrever, ao invés de falar de alguém ou sobre o que falta na dispensa.

Ter Eja afetou o modo como aborda suas músicas?

Isso me modificou emocionalmente, e minhas emoções sempre vão parar nas minhas músicas. Mas não escrevi algo específico sobre ele, ou mudei minha direção. Eu escrevo coisas que se adaptem à minha voz, à minha personalidade, pois quero que as pessoas cheguem a me conhecer através da minha música. Ter um filho não mudou isso.

Você escreve sobre si mesma ou há alguém em sua mente quando compõe?

Eu tento escrever canções em que conheço as pessoas mencionadas. Quero que as pessoas recebam da música o que eu recebo. Ela pode fazer eu me sentir triste, feliz, de todo jeito. Gosto de estar na vida das pessoas desse modo.

O que te fez decidir por deixar os Estados Unidos e mudar para a Suíça?

Privacidade, principalmente. Eu realmente posso ter uma vida normal aqui. Eu volto pra casa fora da estrada e sou apenas outra pessoa na rua. Isso não tem preço quando você é alguém que foi uma personalidade altamente querida em qualquer outro lugar. Eu faço meus próprios doces, levo Eja ao parque. Simplesmente vou a todo lugar e ninguém lança um único olhar. Eles têm muito orgulho da discrição que há aqui. E muitas celebridades vivem aqui por esse motivo.

A Suíça foi um dos países onde eu pude encontrar tudo isso e que possui neve. Antes eu tinha saudades da neve, quando vivia em Nashville e na Flórida. As montanhas são maravilhosas. É ótimo esquiar nelas. Há diversos lagos aqui. Não é muito diferente do Canadá sobre vários aspectos. Até pelo fato de nós vivermos na parte francesa do país.

Como está o seu francês?

Está razoavelmente bom. Cometo vários erros, mas consigo me virar completamente.

Você se preocupa em manter contato com seus fans norte-americanos ou suas raízes?

Não, tudo é global agora. Nós temos internet, temos televisão. Nós temos a “corporação América” que está em todo lugar. Não é como estar desligado do mundo. E como uma artista internacional, você gasta seu tempo viajando pelo mundo, então nunca se fica mais tempo na América do Norte do que em qualquer outro lugar. É irrelevante.

As pessoas me perguntam sobre minha família, “você se sente excluída deles?” A resposta é não, porque eu sempre estive viajando, então eu os vejo tanto quanto eu os via no passado.

Do que você sente saudades do Canadá?

O norte de Ontário é único. Não sei se é porque eu vim de lá, mas sinto uma ligação íntima com o lugar. O interior é muito especial pra mim. Sempre me divirto quando volto lá pra fazer uma visita.

E é claro que há certas guloseimas do Canadá que eu tenho saudade - doces, aquelas jujubas de caramelo [1], elas são realmente difíceis de achar em qualquer outro lugar. Minha irmã sempre me traz algumas. Cachimbos de caramelo preto [2] - eu amo esses - e você não consegue encontra-los em nenhum outro lugar. Os Kit Kats [3] não têm o mesmo gosto em nenhum lugar que não seja o Canadá. São pequenas coisas como essas.

Uma das novas canções, She's Not Just A Pretty Face, possui uma letra que soa como um hino feminista. “Ela é uma astronauta, uma manobrista de estacionamento, uma fazendeira arando a terra... Ela não é só um rostinho bonito.” Isso é uma reação ao jeito como você tem sido rotulada durante os anos?

Ela fala sobre mim, mas não foi por isso que eu a escrevi. Fazia um tempo que eu me sentia mais como um rosto do que conteúdo, mas eu não me sinto mais assim. Essa música é sobre as mulheres em geral que muitas vezes não são levadas a sério se por acaso forem bonitas. Há muito mais em nós do que isso.

O humor é um fator importante nas suas composições?

Oh, claro. Eu sempre gosto de dar uma apimentada. Veja as coisas como em [outra canção nova] I'm Gonna Getcha Good. Normalmente você diz isso quando está louco por alguém, ou está tentando retomar o relacionamento. Mas esta canção é sobre o amor.

Você tem tido uma extraordinária carreira de sucesso. Você ainda tem ambições?

Meus objetivos mudam todo o tempo. Mas há sempre canções a escrever, assuntos a debater, há sempre emoções para se expressar. Nunca deixarei isso.

Estou sempre tentando explorar novos temas e encontrar diferentes jeitos de expressar as mesmas emoções, porque a vida é um tanto repetitiva na verdade. Estamos sempre vivenciando as mesmas emoções, todo dia. Se você é uma pessoa criativa, precisa achar um jeito singular para expressar isso.

Quando você diz “um jeito singular” faz parecer que veremos um álbum de jazz de Shania Twain ou um álbum de música clássica nos anos que virão. Veremos?

Não sei, mas eu sou muito versátil. Sempre tive gosto por música clássica, mas não sei se iria tão longe assim. Há tantas coisas que você vivencia na vida e que te inspiram a seguir diferentes direções, então quem sabe o que poderá influenciar minha música?


Referências:
[1] Em inglês: “Licorice candies”.
[2] Em inglês: “Black licorice pipes”.
[3] Kit Kats é um tipo de chocolate com wafer. É como o nosso “Biss”, mas gigante e com mais chocolate.

Texto original aqui.
E então, não é ótima esta entrevista? Como devem ter percebido, a nova seção “Palavras”, na barra lateral, continha partes dessa entrevista. Vou ver se continuo fazendo isso, traduzo e coloco alguma excerto lá na barra lateral pra gerar curiosidade. rs

E se você tem vontade de salvar ou imprimir essas entrevistas da Shania, saiba que a partir de hoje vou apresentar todas as entrevistas acompanhadas de um arquivo PDF pronto para download, para que vocês possam guardar essas preciosidades que eternizam as palavras de Shania. Baixem a entrevista pelo link abaixo:
Download Direto (botão direito > salvar destino como...)
Nome: CasaTwainEntrevistas-Macleans2002.pdf
Tamanho: 42 KB
Formato: texto/PDF
Se quiserem, digam o que acharam das palavras de Shania. Não sei se ela irá ler, mas com certeza será prazeroso saber a opinião de vocês.

Abraços e até a próxima :D

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