Shania Twain

domingo, janeiro 13, 2008

“O sucesso avassalador de Shania Twain” - Tradução

Olá pessoal!

Assim como eu já havia falado, pretendo fazer algumas traduções neste mês de janeiro,visando não só atualizar meu conhecimento sobre Shania, mas proporcionar a vocês a mesma oportunidade. Não são todos os fans que entendem o inglês, e a modo informal com que as entrevistas dela são feitas dificulta ainda mais qualquer entendimento. Mas quando a gente adquire experiência nisso, é prazeroso pegar um texto qualquer e traduzir. Procurar o significado de expressões e palavras novas, nomes de pessoas, alimentos, gírias, até ter-se certeza do correto. Chega a ser divertido.

A segunda tradução que fiz este mês é de um artigo publicado no ano de 1999. Curiosamente, o único site que faz menção à autora Janet Cawley, que escreveu o artigo, é o TeamShania, justamente de onde eu tirei o texto. Aparentemente, isso é parte de uma biografia, ou talvez seja ela completa, pois o texto está recheado de nuances e detalhes. A medida que vocês forem lendo, perceberão o que falo.

Já que toda a informação sobre o texto já foi dada, desejo a vocês uma boa leitura - e com certeza será.

“O sucesso avassalador de Shania Twain”

Autor: Janet Cawley
Data de publicação: agosto de 1999
Fonte: www.TeamShania.com
Tradução: Paulo Twain

Se o destino de Shania Twain estava traçado na música, ele mesmo se parece com um clássico do country: vivendo em pobreza extrema, cantando em clubes noturnos quando criança, seus pais morrendo em um acidente de carro, tendo de criar três irmãos mais novos, sendo que acabara de sair da adolescência. Mas diferente de muitos sucessos de Nashville, esse country teria um final feliz: uma invejável carreira que inclui dois álbuns multiplatina e um casamento com um famoso produtor do rock.

Sem falar do rosto perfeito de modelo, um corpo capa da Cosmopolitan e uma umbigo tão famoso que praticamente possui seu próprio fan clube. Ao mesmo tempo forte e sexy, atrevida e séria, essa cantora canadense deixou seu estilo único marcado por toda a indústria da música country. Nove anos atrás ela trocou seu nome de batismo Eilleen por Shania (pronuncia-se Shu-NYE-uh em inglês) que significa “Estou no meu caminho” na língua nativo-americana Ojibwa de seu padrasto. Agora ela está há bastante tempo com esse nome. Shania Twain, esse nome deu-se sorte.

Não que alguma coisa em sua jornada ao sucesso tenha sido fácil. Nascida em 28 de agosto de 1965 em Windsor, Ontário, ela foi a segunda de três filhas de Sharon e Clarence Edwards, que se divorciaram quando nasceu Shania. Sharon pegou as filhas e se mudou para a pacata cidadezinha de Timmins, Ontário, cerca de 500 milhas ao norte de Toronto, onde quatro anos depois se casou com Jerry Twain, um nativo Ojibwa. Jerry adotou as garotas (Sharon e ele tiveram dois filhos mais tarde), e Shania considera-o seu próprio pai. “Eu nunca me referi a Jerry como meu padrasto”, ela disse à revista Maclean. “Também nunca me referi a Clarence como meu pai. Jamais me preocupei por não ter tido contato novamente com a família dele”.

A família de Shania era fortemente unida, mas trabalhava arduamente para sobreviver. Shania havia comentado sobre os períodos em que eles tinham pouca comida e as crianças tinham de levar sanduíches de mostarda pra escola ou agüentar em casa por dias só a pão, leite e açúcar queimado na panela. Sua mãe lutou contra a depressão, e quando já não havia comida, “ela não conseguia sair da cama. Não queria encarar a nova manhã”, disse Shania. “E houve muitas manhãs como essa”.

Mas ela nunca pareceu coagida frente às circunstâncias. “Eu reconheço que como uma criança, eu não me via na pior das situações”, ela disse à revista Chatelaine. “Nós nunca fomos sujos para a escola ou com roupas rasgadas. Então quando via uma criança que estava suja, eu sabia que ela não tinha os mesmos pais amorosos que eu tinha”.

O pai de Shania a ensinou como caçar e montar armadilhas, e quando seus pais abriram uma firma de reflorestamento, ela virou uma especialista em serras elétricas. (Anos mais tarde, desafiada para um concurso de corte de árvores, conseguiu deixar seus concorrentes - literalmente - comendo poeira).

Apesar da situação precária, uma coisa sempre tocou em sua alma: a música. Foi ainda quando Shania tinha 3 anos, e cantava apenas cantigas de roda, que seus pais perceberam seu imenso dom para música. E devido a forte limitação financeira da família, eles puseram-na pra trabalhar precocemente.

Quando Shania tinha 8 anos começou a cantar em clubes noturnos de Timmins - mas só depois do último aviso, já que era jovem demais para se apresentar legalmente enquanto bebidas alcoólicas estavam sendo servidas. Assim, a garotinha ia dormir e seus pais a acordavam à meia-noite para levá-la aos clubes.

Se essa vida parece dura para uma criança, Shania aparentemente não pensa assim. “Eu acho que começar jovem foi uma coisa boa”, disse ela a Cosmopolitan. “Porque se eu não tivesse começado desde cedo, não sei se teria a coragem de enfrentar os palcos. Na época eu era uma adolescente, isso era como um outro mundo”.

Como uma garota, ela também cantava com grupos de rock e escrevia suas próprias canções. Depois de completar o colegial, mudou-se para Toronto, pronta para começar sua carreira. Foi então que a tragédia ocorreu.

Em 1987, seus pais foram mortos numa colisão frontal com um caminhão que transportava toras de madeira. Já que sua irmã mais velha já possuía sua própria família, Shania, então com 21 anos, foi destinada a cuidar de sua irmã de 18 e seus irmãos de 14 e 13 anos. Ela imediatamente deixou sua carreira de lado e mudou-se com a família para Huntsville, Ontário, onde arranjou um emprego como cantora e dançarina no Deerhurst Resort, fazendo seis apresentações por semana. “Foi como ser jogada no fundo do poço e ainda ter de nadar”, disse ela sobre sua repentina transformação em uma substituta familiar. E novamente viu-se batalhando para sobreviver até o fim do mês.

“Quando me mudei pela primeira vez com as crianças, o que nos fez falta na casa foi a água, que não havia”, relembra ela. “Então precisávamos ir ao rio pra tomar banho. Isso era tão primitivo. Foi mesmo um recomeço terrível”.

Mas “há uma parte em você que fica desesperada pra superar isso”, ela explicou à Glamour. “E eu estou certa de que [estar na pior] foi o que me deu a garra necessária para vencer - o fato de eu não querer passar fome pelo resto da minha vida”.

Em 1990, a esperança surgiu no horizonte. A irmã e os irmãos de Shania estavam todos formados e já tinham se mudado, deixando-a finalmente livre para se concentrar na carreira. Foi então que ela deixou de ser Eilleen pra ser Shania e rapidamente provou ser verdadeira a razão do nome - ela estava em seu caminho.

Com a ajuda de um agente amigo, Shania gravou uma fita demo de canções que havia escrito e enviou-a para Nashville, onde despertou grande interesse. Um acordo com a Mercury Records foi oferecido a ela, e seu primeiro álbum, intitulado Shania Twain, foi lançado em 1993. Mesmo vendendo apenas 100.000 cópias, seu vídeo sexy com a canção “What Made You Say That” - em que ela revelou seu, hoje famoso, umbigo - atraiu muitos olhares. Um fan instantâneo foi o produtor musical sul-africano Robert John “Mutt” Lange, que já havia trabalhado com artistas do porte de Def Leppard e Bryan Adams. Ele telefonou a ela e perguntou se poderia ouvir mais de suas músicas, então a dupla deu inicio a um relacionamento pessoal e profissional à distância. “Mutt estava tão afinado criativamente comigo”, lembra ela. “Ele é mesmo um grande fan do country, e mesmo antes de saber disso, começamos a compor músicas ainda no telefone”.

Em junho de 1993, três meses depois da primeira conversa, eles se encontraram pela primeira vez na Fan Fair, um evento da música country que acontece em Nashville. Seis meses depois, eles se casaram no Deerhurst Resort.

Mutt, que tinha a reputação de ser o mais obcecado pelo anonimato, foi quem produziu o segundo álbum de sua esposa, The Woman In Me, contendo dez canções em que ele foi co-autor, vendendo 11 milhões de cópias (com os sucessos “Any Man of Mine” e “Whose Bed Have Your Boots Been Under?”, entre outros). O casal continuou cooperando, com Shania dizendo que suas obras compostas são “um passatempo pra nós - algo que gostamos de fazer juntos, como jogar tênis”.

“Nós nos damos muito bem assim”, disse ela a Cosmo, “e acho que quando você ama alguém e é correspondida, essa vulnerabilidade ajuda a ser mais criativa”.

O próximo triunfo de Shania foi Come On Over, o álbum de 1997, com a balada romântica “You're Still the One”, escrita sobre Mutt e “o sentimento lindo que nós construímos contrariando todas as expectativas negativas”. (A canção também inspirou outro notável vídeo com Shania e um sexy rapaz que se enrola em sua toalha enquanto sai de uma banheira de espuma para a cama). A vendagem do álbum chegou à marca de 10 milhões, fazendo de Shania uma das três cantoras (junto com Whitney Houston e Mariah Carey) a ter dois álbuns com vendas acima de 10 milhões. Próxima parada? Ela e Mutt estão planejando um álbum de Natal para ser lançado no final do ano.

Se Shania teve inimigos, foram poucos. O cantor Steve Earle chamou-a abertamente de “a maior dançarina que o dinheiro pode comprar”, o cantor insistiu à Entertainment Weekly que apesar de às vezes usar roupas de funkeira, Shania “toma muito cuidado para não ser apelativa. E eu acho que [esse estilo] acaba sendo algo saudável para mulheres jovens. Eu gostaria de ter tido alguém quando eu tinha treze anos para me dizer: “Você pode vestir coisas que te agradam. Não precisa ficar com medo por seu corpo estar mudando. Passe por isso de um jeito confortável”.”

E quanto àqueles vídeos sugestivos? Ela alega que eles simplesmente mostram a parte dela que quer “brincar de vestir tudo de uma só vez”.

A enérgica Shania, que é vegetariana e nunca fuma ou bebe, esteve se apresentando recentemente quase sem cessar (incluindo uma tour pelos Estados Unidos neste verão). Se ela consegue encontrar horas vagas, gosta de passá-las na mansão suíça do século de XIX que Mutt e ela compraram recentemente à beira do Lago Geneva.

Ironicamente, todo este sucesso dos dias atuais nunca foi sua meta quando criança. No passado, ela queria simplesmente sobreviver. “Como toda criança, eu tinha sonhos”, ela explica a Maclean’s. “Viver em uma casa de tijolos e comer rosbife, ser seqüestrada por Frank Sinatra, e me tornar uma backvocal de Stevie Wonder. Nunca foi o meu sonho ser uma estrela. Esse foi o sonho dos meus pais.”

“Acho que eles rezavam muito por isso.”
Me digam se este não é um dos textos mais completos sobre a vida de Shania! Quando eu achei essa preciosidade, tive certeza que valia a pena traduzir. A frase que me fez cair neste texto foi aquela sobre Shania nunca ter se referido ao Clarence como pai ou ao Jerry como padrasto. Realmente ela tem tudo muito claro na mente e isso me chamou muito a atenção, justamente porque compartilho desse sentimento, afinal sou adotado. Espero que eu consiga achar mais textos assim, se bem que Shania sempre é sincera em todas as entrevistas. Ela fala o que pensa e mostra que pra fazer isso ninguém precisa ser desrespeitoso ou mal educado.

Enfim, espero que vocês tenham gostado desse texto tanto quanto eu, e confesso que aprendi muitas coisas novas ao lê-lo.

Para quem quiser guardar esse artigo no computador, basta fazer o download do PDF abaixo, que contém essa tradução completa (e eu acho até melhor pra ler do que aqui no blog).
Download Direto (botão direito > salvar destino como...)
Nome: CasaTwainEntrevistas-JanetCawley1999.pdf
Tamanho: 54 KB
Formato: texto/PDF

Um abraço a todos!
Até a próxima

PS: Este texto foi um dos mais difíceis que já traduzi. Ô coisa difícil!

5 comentário (s):

Anônimo disse...

oii
nossa essa reportagem é mto 10
vlw o esforço paulo!
e como sempre shania é verdadeira em suas respostas... nossa adorei msm
:)
t+

Paulo José disse...

O melhor deste artigo é que ele é completíssimo e reune as falavras de Shania à várias revistas. Tem citações dela aí que eu já li em outras entrevistas, acho até que já postamos algo do texto aqui na Casa.
E como vc disse, Diego, a verdade que Shania passa é real. É isso que faz ela ser tão especial comparada à outras cantoras.

Abraços e valeu por comentar aqui tb, rs

Anônimo disse...

nossa paulo essa foi uma das melhores entrevistas que e já li !!!!vc tem se superado cada vez mais hein!!!
parabéns :)

Anônimo disse...

Parabens Paulo, por isso tu mereces ser chamado
de Paulo Twain... Oh guri bom! continue a te aperfeiçoar que o futuro será brilhante.

Att. nilvo pisetta.65a.Shanático sempre.

Elaine Maria Gomes disse...

Paulo vc  é o cara............. 

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